Maggi aprova saída e diz que Moro usou Lava Jato politicamente
Ex-ministro diz torcer por Gestão Bolsonaro, mas criticou "mensagens ufanistas" de apoiadores
O ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP) criticou o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e saiu em defesa das últimas exonerações feitas presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no alto escalão do Palácio do Planalto.
Além de Moro, Luiz Henrique Mandetta (Saúde) deixou o cargo após desavenças com o presidente. Ambos, em suas Pastas, tomaram decisões que iam de encontro às defendidas por Bolsonaro.
Para Maggi, se as exonerações não ocorressem, Bolsonaro perderia o "poder da caneta".
“A política é o que é. É a arte da bagunça. Se não gostar, não se envolva com ela. Você já foi a uma reunião de condomínio? Veja lá se tem consenso em alguma coisa. Pessoas não se entendem. Na política só se avança nas mínimas coisas de relativo ‘consenso’”, disse.
Se o presidente da República não exonera o Mandetta e o Moro, o Governo dele tinha acabado esta semana
“Aí, entra a figura do chefe. Força e determinação são predicados que devem estar sobre a mesa e não titubear na hora da decisão. Se o presidente da República não exonera o Mandetta e o Moro, o Governo dele tinha acabado esta semana”, afirmou.
A declaração de Maggi foi feita neste fim de semana em um grupo de WhatsApp denominados “Empreendedores do Brasil”. Nele, figura personalidades como o empresário Luciano Hang e os ministros Tarcísio Freiras (Infraestrutura), Tereza Cristina (Agricultura) e Ricardo Salles (Meio Ambiente).
O ex-ministro ainda afirmou que Moro, enquanto juiz federal, conduziu a Operação Lava Jato de forma a se posicionar politicamente.
“Moro construiu sua história sobre milhares de desempregados da Lava Jato, ruína da economia. Tudo poderia ter sido feito diferente, coibindo os ilícitos e preservando as empresas e os empregos. Conduziu a Lava Jato com o olho na política”.
“Este foi seu maior pecado. Felizmente, este tipo de atitude tem vida curta”, afirmou o ministro.
Com a deflagração da operação, em 2014, setores de petróleo e gás e da construção civil tiveram uma queda na arrecadação, e em consequência o desemprego.
Mensagens ufanistas
Apesar da defesa de Bolsonaro, Maggi criticou os que apoiam "cegamente" o atual Governo.
“Votei no Bolsonaro, torço para que ele acerte no Governo, mas não posso me calar nas coisas erradas. Ficar aplaudindo tudo quanto é 'm' que o governo faz, não ajuda em nada. Pelo contrário”.
“Mensagens ufanistas transformam as pessoas em massa de manobra. Tipo: ‘É a melhor equipe de ministros da história da República’. Mas sete ou oito já foram para casa”, afirmou.
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